A União Brasileira dos Estudantes Secundarista (UBES) e a União Municipal dos Estudantes Secundarista (UMES) reuniuram com os estudantes para protestarem, pela quarta vez, contra o novo sistema de bilhetagem eletrônica do município de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, no Pará.
O protesto que ocorreu na manhã da última terça-feira (31) em frente à Prefeitura de Ananindeua (PMA), localizada na rodovia BR-316. Os manifestantes exigiam a extinção de todo o sistema de bilhetagem eletrônica, denominado "Passagem Inteligente", que limita o número de acesso aos ônibus.
Segurando faixas e cartazes, eles ocuparam a calçada do prédio da PMA, além do canteiro central da rodovia. A multidão formada por cerca de 150 estudantes, entre alunos e representantes de entidades estudantis foi confrontada pelo poderio da administração municipal.
Ao chegarem, os "protetores da prefeitura" (Guarda municipal), usaram sprays de pimenta para dispersão, iniciando uma grande confusão, os estudantes invadiram a prefeitura revidando com pedras para se protegerem.
Durante o tumulto algumas vidraças do prédio "público" da Prefeitura de Ananindeua foram danificadas, e os estudantes foram agredidos pelos guardas municipais. O saldo desta arbitrariedade foi a prisão de 4 estudantes, algumas estudantes saíram desmaiadas, e mesmo assim, o Prefeito Helder Barbalho (PMDB) não quis receber os estudantes para uma negociação.
“Não precisava ser muito inteligente para saber que este sistema de Passagem Inteligente não daria certo, pois Ananindeua não está isolada de Belém. Os ônibus que trafegam no município também circulam em Belém, por isso é impossível implantar um sistema como este", criticou o estudante Max Castro.
Já a estudantes Júlia Borges complementou: "Não queremos que acabem apenas com a cota para meia passagem, mas que seja extinto todo o sistema, uma vez que a intenção da Prefeitura é limitar também a passagem no Passe Fácil de Belém e do Passe dos idosos. Não somos os únicos prejudicados com esse novo sistema, por isso já acionamos o Ministério Público, que ficou de chamar a PMA"
O pagamento de algumas taxas fixas e restrições ao acesso para o sistema de passagem inteligente dos estudantes revoltam toda a população. Alguns alunos são contrários ao sistema por prejudicar, financeiramente, àquelas famílias que possuem mais de um filho matriculado em uma escola pública de Ananindeua.
A vice presidente da UMES e 1ª Diretora de comunicação da UBES, Mariana Freitas, que é moradora de Ananindeua, explicou que para uma família com quatro filhos, por exemplo, o custo para recarga dos cartões chega a R$ 40,00, já que cada um deve ser reabastecido com o valor de R$ 10,00. "Além disso, os pontos de recarga são precários no município, o que dificulta o acesso do estudante até essas farmácias onde podem ser feitas as recargas", explica.
De acordo com a direção da UMES a mídia local denominou o ato como " vandalismo", sem ao menos ouvir a versão dos estudantes sobre os fatos ocorridos. Mesmo assim, os estudantes prometem novas manifestações ao longo da próxima semana, caso a Prefeitura de Ananindeua não revogue o decreto que limita o número de tarifas da Passagem Inteligente.
Cleito Costa
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